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Organização e Planejamento

2070: Quando 37% do Brasil será idoso - Por que sua aposentadoria depende das decisões que você toma hoje

Geison Nascimento
Escrito por Geison Nascimento em 23 de agosto de 2025
2070: Quando 37% do Brasil será idoso - Por que sua aposentadoria depende das decisões que você toma hoje
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A matemática não mente: o futuro financeiro do país está sendo decidido agora, e você faz parte dessa equação

Imagine um Brasil onde quase 4 em cada 10 pessoas terão mais de 60 anos. Não é ficção científica, é o retrato do nosso país em 2070, segundo as mais recentes projeções do IBGE. Em 2070, cerca de 37,8% dos habitantes do país serão idosos, o que corresponderá a 75,3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade.

Para colocar isso em perspectiva: de 2000 para 2023, a proporção de idosos na população brasileira quase duplicou, subindo de 8,7% para 15,6%. Em números absolutos, saltamos de 15,2 milhões para 33,0 milhões de idosos em apenas duas décadas.

Mas por que esses números deveriam tirar seu sono? Porque essa não é apenas uma mudança demográfica – é uma revolução silenciosa que vai redefinir completamente como pensamos sobre dinheiro, trabalho e aposentadoria no Brasil.

Durante meus mais de 15 anos atuando em instituições financeiras, acompanhei de perto como a maioria dos brasileiros ainda planeja suas finanças como se vivêssemos na década de 1980, quando tínhamos uma população jovem e um sistema previdenciário robusto. Essa mentalidade está prestes a cobrar um preço altíssimo.

A matemática cruel da pirâmide invertida

Quando falamos de pirâmide etária, a imagem tradicional era de uma base larga (muitos jovens) sustentando um topo estreito (poucos idosos). Hoje, essa pirâmide está se invertendo rapidamente, e as implicações financeiras são profundas.

O peso da sustentação

Atualmente, cada idoso no Brasil é sustentado, em termos previdenciários, por aproximadamente 4 pessoas em idade ativa. Em 2070, essa proporção pode chegar próxima de 1 para 1. Traduzindo: se hoje 4 pessoas trabalham para sustentar 1 aposentado, em menos de 50 anos, cada pessoa trabalhando terá que sustentar quase 1 aposentado.

A idade média da população também mostra uma mudança no chamado “padrão etário” da sociedade brasileira. A média de idade dos habitantes do país é de 35,5 anos atualmente. Em 2000, a média era de 28,3 anos. O instituto estima que a média etária dos brasileiros alcance 48,4 anos em 2070.

O que isso significa na prática

Imagine um sistema previdenciário onde cada pessoa que trabalha precisa contribuir não apenas para sua própria aposentadoria, mas praticamente para sustentar diretamente um idoso. Os números simplesmente não fecham com o modelo atual.

“Quando olho esses dados, fica claro que estamos diante de uma equação impossível”, explico aos meus clientes. “O sistema que conhecemos não vai existir da mesma forma quando você se aposentar. A pergunta não é ‘se’ isso vai mudar, mas ‘quando’ e ‘como’ você vai se adaptar.”

Por que isso não é evolução, mas colapso anunciado

O envelhecimento populacional, quando bem planejado, pode representar conquista social – significa que as pessoas estão vivendo mais e melhor. Mas quando acontece de forma acelerada em um país com sistema previdenciário frágil e baixa cultura de poupança, vira uma tempestade perfeita.

A ilusão da previdência pública

Pesquisa mostra que seis a cada dez segurados do INSS não conseguem manter o padrão de vida com benefício. E isso é hoje, com uma pirâmide etária ainda relativamente favorável. Imagine em 2070.

O sistema público de aposentadoria brasileiro foi desenhado para uma realidade demográfica que não existe mais. Foi criado quando tínhamos muitos jovens contributivos e poucos idosos para sustentar. Agora, caminhamos para o cenário oposto.

A conta que não fecha

Vamos fazer uma conta simples: se você tem 30 anos hoje e pretende se aposentar aos 65, isso acontecerá em 2059 – bem próximo ao cenário de 37% de idosos. Nesse contexto:

  • A previdência pública provavelmente oferecerá benefícios ainda menores que os atuais
  • A idade mínima para aposentadoria certamente será maior
  • O valor dos benefícios, em relação ao custo de vida, tenderá a diminuir
  • A pressão tributária sobre a população ativa será muito maior

Durante minha carreira, vi essa transição acontecer gradualmente. O teto do INSS, que antes oferecia uma aposentadoria digna para a classe média, hoje mal cobre os custos básicos de uma vida urbana. E isso vai piorar.

O mito da aposentadoria garantida

Existe um mito perigoso no Brasil: a ideia de que “todo mundo se aposenta”. Essa crença está fundamentada numa realidade que deixou de existir. Precisamos urgentemente desmistificar algumas crenças sobre aposentadoria que podem estar sabotando seu futuro financeiro.

“O governo vai dar um jeito”

Não vai. O governo já está dando sinais claros de que a responsabilidade pela aposentadoria está sendo transferida para o indivíduo. As reformas previdenciárias dos últimos anos são apenas o início. Há uma crescente preocupação sobre a sustentabilidade do sistema previdenciário público.

“Vou trabalhar até morrer”

Essa é uma estratégia arriscada. Com o avanço da tecnologia e as mudanças no mercado de trabalho, não há garantia de que você conseguirá trabalhar até idade avançada. Além disso, problemas de saúde podem interromper sua capacidade produtiva a qualquer momento.

“Meus filhos vão me sustentar”

Se você pensa assim, considere que seus filhos estarão exatamente na situação que descrevemos: uma geração economicamente ativa pequena sustentando uma geração de idosos gigantesca. Eles mal conseguirão sustentar a si mesmos.

A urgência de repensar sua estratégia financeira

Diante desse cenário, não dá mais para adotar a estratégia do avestruz. A educação financeira deixou de ser um diferencial e se tornou uma questão de sobrevivência econômica.

O poder dos juros compostos contra o tempo

A única forma matemática comprovada de vencer essa equação é começar a investir cedo e de forma consistente. Os juros compostos são uma força poderosa, mas precisam de tempo para funcionar.

Se você investir R$ 500 por mês durante 30 anos, com rentabilidade média de 10% ao ano (possível com uma carteira diversificada), terá aproximadamente R$ 1,1 milhão. Isso pode garantir uma renda mensal de R$ 5.500 apenas com os rendimentos, sem tocar o principal.

Mas se você deixar para começar 10 anos depois, com apenas 20 anos pela frente, precisará investir R$ 1.200 por mês para chegar ao mesmo resultado.

A regra dos 3 pilares

Em países desenvolvidos, a aposentadoria se baseia em 3 pilares:

  1. Previdência pública (básica, de subsistência)
  2. Previdência corporativa (oferecida pelas empresas)
  3. Previdência privada (individual)

No Brasil, temos um sistema híbrido onde o pilar público ainda é muito forte, mas está enfraquecendo rapidamente. Quem não desenvolver os outros dois pilares ficará desprotegido.

Estratégias práticas para navegar nessa transição

Conhecer o problema é apenas o primeiro passo. O que realmente importa são as ações concretas que você pode tomar a partir de hoje.

1. Calcule sua necessidade real

Antes de pensar em quanto investir, você precisa saber quanto vai precisar. Uma regra prática é planejar para manter 70% da sua renda atual durante a aposentadoria. Se você ganha R$ 10.000 hoje, precisará de cerca de R$ 7.000 mensais para manter seu padrão de vida.

2. Diversifique suas fontes de renda

Depender exclusivamente de um emprego formal é perigoso em qualquer época, mas especialmente agora. Desenvolva múltiplas fontes de renda:

  • Renda ativa (trabalho)
  • Renda passiva (investimentos)
  • Renda de propriedade (aluguéis)
  • Renda de conhecimento (consultorias, cursos)

3. Invista em ativos reais

Com o envelhecimento populacional, alguns setores tendem a se valorizar mais que outros:

  • Saúde: empresas de medicamentos, hospitais, planos de saúde
  • Tecnologia assistiva: empresas que desenvolvem soluções para idosos
  • Previdência privada: seguradoras e gestoras de fundos
  • Imóveis: especialmente em localizações que atendem ao público mais velho

4. Eduque-se financeiramente

A educação financeira durante a terceira idade torna-se essencial para garantir bem-estar, autonomia e prevenção contra golpes financeiros. Mas não espere chegar lá para aprender. Comece agora.

O custo da procrastinação financeira

Um dos maiores erros que vejo na minha prática profissional é a procrastinação financeira. “Vou começar a me planejar quando ganhar mais”, “ainda sou jovem, tenho tempo”, “não entendo de investimentos”.

Cada ano que você adia seu planejamento previdenciário custa exponencialmente mais caro. Não é uma progressão linear – é uma escalada que pode tornar seus objetivos impossíveis de alcançar.

O caso real que mudou minha perspectiva

Lembro de um cliente que chegou até mim aos 45 anos. Executivo bem-sucedido, ganhava R$ 25.000 por mês, mas tinha apenas R$ 50.000 investidos. Quando fizemos as projeções, descobriu que precisaria investir 40% da sua renda pelos próximos 20 anos para manter o padrão de vida na aposentadoria.

Ele ficou chocado. “Por que ninguém me falou isso antes?”, perguntou. A resposta é simples: porque nossa educação financeira como sociedade ainda está presa numa realidade demográfica que não existe mais.

A geração sanduíche

Muitos brasileiros hoje estão presos numa situação que chamo de “geração sanduíche”: sustentam filhos que ainda não se estabeleceram profissionalmente e, ao mesmo tempo, começam a apoiar pais idosos que não se planejaram adequadamente.

Cheguei aos 50 anos de idade e não sei como e nem quando irei me aposentar: essa é a realidade de milhares de brasileiros. Se você está nessa situação, precisa urgentemente quebrar esse ciclo para não transferir o problema para a próxima geração.

Tecnologia e longevidade: aliados ou inimigos?

Uma variável importante nessa equação é o aumento da expectativa de vida. Viver mais é uma conquista, mas também significa que seu dinheiro precisa durar mais tempo.

O novo conceito de aposentadoria

A aposentadoria tradicional – parar completamente de trabalhar aos 65 anos – está se tornando obsoleta. O futuro provavelmente trará modelos híbridos:

  • Aposentadoria gradual: reduzindo progressivamente a carga de trabalho
  • Aposentadoria ativa: continuando a trabalhar em atividades prazerosas
  • Múltiplas aposentadorias: alternando períodos de trabalho e descanso

A importância de investir em si mesmo

Numa economia em constante mudança, seu maior ativo é sua capacidade de gerar renda. Investir em educação, habilidades e saúde pode ser tão importante quanto investir em fundos e ações.

A responsabilidade social da educação financeira

Esse não é apenas um problema individual – é um desafio coletivo. Quando 37% da população for idosa e grande parte dela estiver financeiramente desprotegida, teremos uma crise social sem precedentes.

O papel de cada um

Se você já entendeu a urgência dessa situação, tem uma responsabilidade: compartilhar esse conhecimento. Converse com familiares, amigos, colegas de trabalho. A educação financeira precisa se espalhar como política de sobrevivência social.

Influenciando as próximas gerações

Se você tem filhos, sobrinhos ou convive com jovens, ajude-os a entender essa realidade desde cedo. Uma criança que aprende sobre juros compostos aos 15 anos tem um poder de acumulação que um adulto de 40 anos jamais terá.

Começando hoje: um plano de ação prático

Depois de absorver toda essa informação, você pode estar se sentindo sobrecarregado. É normal. Mas a boa notícia é que você não precisa resolver tudo de uma vez. Precisa, sim, começar hoje.

Primeiros passos (primeira semana)

  1. Calcule seu patrimônio líquido atual: some tudo que você tem e subtraia tudo que deve
  2. Defina sua meta de aposentadoria: que idade, que valor mensal, que estilo de vida
  3. Abra uma conta em uma corretora de valores: mesmo que não invista ainda, quebra a barreira inicial

Médio prazo (primeiros 3 meses)

  1. Organize um orçamento real: saiba exatamente para onde vai seu dinheiro
  2. Quite dívidas de alto custo: cartão de crédito, cheque especial
  3. Monte sua reserva de emergência: 6 meses de gastos em investimentos líquidos
  4. Faça seus primeiros investimentos: comece com fundos de previdência ou renda fixa

Longo prazo (primeiro ano)

  1. Desenvolva uma estratégia de investimentos: diversifique entre renda fixa, variável e fundos imobiliários
  2. Automatize seus investimentos: configure débito automático mensal
  3. Revise e ajuste: acompanhe seus resultados e faça correções de rota

A diferença entre quem se prepara e quem não se prepara

Em 2070, haverá dois tipos de idosos no Brasil: aqueles que se prepararam para essa realidade e aqueles que foram pegos de surpresa. A diferença entre esses dois grupos não será apenas financeira – será de dignidade, autonomia e qualidade de vida.

O grupo dos preparados

Terão múltiplas fontes de renda, patrimônio diversificado, saúde financeira para custear tratamentos médicos avançados, possibilidade de ajudar filhos e netos, e liberdade para escolher como querem viver seus últimos anos.

O grupo dos despreparados

Dependerão de benefícios públicos mínimos, viverão com ansiedade financeira constante, podem precisar da ajuda dos filhos (que também estarão sob pressão), terão limitações para cuidar da saúde, e poucas opções de escolha sobre seu estilo de vida.

Uma reflexão final sobre tempo e responsabilidade

Você não escolheu nascer numa época de transição demográfica. Mas escolhe como vai reagir a essa realidade. O tempo é democrático – todos temos 24 horas por dia. Mas o tempo composto dos investimentos é aristocrático – favorece quem começa cedo.

A matemática populacional de 2070 não é uma opinião ou uma possibilidade – é uma certeza estatística. As Projeções de População do IBGE mostram que, de 2000 para 2023, a proporção de idosos na população brasileira quase duplicou, e essa tendência não vai reverter.

O que ainda pode mudar é seu lugar nessa estatística. Você pode ser parte da massa de idosos financeiramente vulneráveis ou pode ser parte da minoria que se preparou adequadamente.

O verdadeiro significado da educação financeira

Educação financeira não é sobre ficar rico – é sobre ter escolhas. É sobre não depender exclusivamente de um sistema previdenciário que está sendo estruturalmente desafiado. É sobre ter dignidade em todas as fases da vida.

Quando você entende que 2070 chegará quer você se prepare ou não, a pergunta deixa de ser “se” você deve começar a se planejar e passa a ser “por que ainda não começou?”.

O legado que deixamos

Pense nos idosos de hoje que se planejaram versus aqueles que não se planejaram. A diferença de qualidade de vida é gritante. Agora imagine como será essa diferença em 2070, quando o sistema público estará ainda mais pressionado.

A decisão que você toma hoje sobre sua educação financeira não impacta apenas seu futuro – impacta o futuro dos seus filhos, que podem ter que sustentar você, ou podem ter um pai/mãe financeiramente independente que ainda consegue ajudá-los.

Um convite para a ação

Se você chegou até aqui, já está à frente de 90% da população brasileira, que ainda não despertou para essa realidade. Agora, a pergunta é: o que você vai fazer com essa informação?

O conhecimento sem ação é apenas entretenimento. A transformação real acontece quando você sai da zona de conforto da informação e entra na zona de crescimento da implementação.

Comece hoje. Não precisa ser perfeito, precisa ser consistente. Não precisa ser o maior valor, precisa ser regular. Não precisa entender tudo, precisa começar com o que sabe e ir aprendendo no caminho.

O Brasil de 2070 será o reflexo das decisões financeiras que estamos tomando hoje. E você tem o poder de decidir de que lado dessa história quer estar.


Se esse conteúdo abriu seus olhos para a urgência do planejamento financeiro, me acompanhe e me mande uma mensagem no Instagram @ogeisonnascimento, onde compartilho estratégias práticas para construir sua independência financeira. E se você quer dar o primeiro passo rumo à sua liberdade financeira antes que seja tarde demais, conheça o Projeto Bora Destravar as Finanças. É por lá que muita gente já começou a mudar sua relação com o futuro.

Dúvidas ou sugestões: contato@geisonnascimento.com.br

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